sábado, 9 de fevereiro de 2008

Liberdade

Desde logo que nascemos estamos sob o jugo dos nossos progenitores … mal crescemos um pouco e a escola já nos domina e o terrível pavor de falhar assola-nos a mente.

Quando acaba a escola de soslaio pensamos ser livres, contudo somos obrigados a trabalhar para o nosso sustento … e quando pensamos que o dinheiro é a nossa liberdade, logo nos apercebemos que ele próprio nos coarcta os passos e nos amarra a um lugar e a um espaço de tempo.

De repente num assolo de loucura apaixonamo-nos … e é aquela garota que nos vai libertar … com ela vamos fugir para o nosso espaço e mais ninguém nos chateará. Mas eis senão que ela não vem só, com ela vem um conjunto de pessoas por quem não nos apaixona-mos mas somos obrigados a gostar!

E mais uma vez a nossa liberdade é esquartejada sem pudor e novamente nos sentimos encarcerados.

E agora que brotou uma semente, que indefesa chama por mim … eu como um senhor da sanzala chamou-o como “meu” e com o meu jugo agarro-o e o privo da sua liberdade.

Mas ele não é meu, é dele próprio … mas quero-o para mim, pois nele revejo a minha liberdade. Como poderei fazê-lo livre se ainda não voa? … Como poderei fazê-lo livre, se dele não me quero apartar?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O Videirinha

A vida é uma suma de acontecimentos que julgamos controlar, mas por vezes ela "passa-nos a perna" e aquece-nos um coração empedernido de ânsias materiais.

Quando a vida nos dá uma nova vida o nosso ser amolece e os olhos húmidos olham-na com um amor que desconhecíamos, ou que há muito o tinha-mos escondido num qualquer lóbulo parietal do nosso cérebro.

O brotar de uma videirinha quebra o solo faminto de vida e este solo tem que ser regado e alimentado, para que daquela videira minúscula nasçam as uvas que nos aquecem a alma com o seu o vinho.


A minha videirinha acabou de brotar da terra e com o leite materno tornar-se-á uma videira robusta onde sairão as uvas que serão o meu vinho.